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sábado, 7 de fevereiro de 2009

08:00PM


Cais do porto
Soa apito
Navio incontinente
Longe, muito longe
Rasgando mares
A faca afiada remoi entranhas
Pessoas passam
E o cheiro crepitante
podre em carne,
Arrefece a alma
Num estado pérfido e
volátil.
O vento assovia
e casualmente
explosão de melodias
interpelam meus sentidos
olho e não sinto o que vejo
às seis e meia da manhã.
Cabelos soltos
e o cheiro do tempo.
À beira do cais
um simples homem
contempla a vida
que pulsa e grita ao seu redor
em sabores de sais e pimenta .
A boca seca por um cálice de vinho
ou quem sabe um martelo de paraty.
Lágrimas de suor
e sangue banham sua face
num distante prazer egocêntrico.
Olhar sem nada sentir
ver sem nada enxergar.
Defronte deste mesmo homem
a vida pára.
Leve sorriso floresce d'alma.


Morri, às oito horas da manhã
sentado na praia
vendo a vida passar.

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